Para entender melhor como funciona a produção local e como as Foodtechs têm ajudado a impulsionar este mercado, preparamos um conteúdo que vai ajudar a esclarecer os principais pontos que envolvem esta cadeia.
Comprar de produtores locais nada mais é do que optar por um consumo de produção menor ao invés de grandes marcas e indústrias.
Existem diversos benefícios e pontos positivos ao consumir produtos locais, como a compra de produtos sem agrotóxicos e muitas vezes orgânicos, criação de uma comunidade de compra, apoio a sustentabilidade e rastreabilidade, ou seja, saber de onde vem o alimento que você está consumindo.
Dentre as Foodtechs que trabalham com a frente de produtores locais, existem diversas soluções oferecidas e nós listamos abaixo para você cada uma delas
Um dos modelos mais comuns deste mercado é o de e-commerce, que pode ser tanto B2B quanto B2C.
A solução B2C permite que os consumidores comprem produtos de produtores locais, de acordo com as suas preferências e necessidades, seja por demanda ou até mesmo assinaturas mensais de cestas de produtos.
Quando o foco é em B2B, a ideia é ter uma plataforma onde os grandes varejistas possam adquirir produtos desses produtores de maneira fácil e rápida. Isso permite que, por exemplo, supermercados tenham produtos locais em suas gôndolas, facilitando e aumentando a oferta para os seus consumidores.
Ambos os modelos, as startups atuam como uma ponte entre as duas pontas, abrindo negócios para os pequenos produtores e atendendo uma necessidade dos varejistas e consumidores de terem acesso a esses produtos.
Neste modelo, o foco é o desenvolvimento e acesso a alguns serviços que hoje os produtores locais, por serem pequenos, ainda não têm.
A startup então promove um marketplace com várias soluções que o produtor local pode precisar e querer, como: trade marketing; acesso à microcrédito; assessoria de imprensa; antecipação de recebíveis; serviços de logística e conteúdos diversos sobre o mercado.
Com isso, um ponto interessante que surge é a criação de uma comunidade entre os produtores locais, fazendo com que aconteça uma troca de experiências e informações e até mesmo compra coletivas de insumos como embalagens.
Parecido com o modelo descrito acima, aqui as startups também trabalham com o objetivo de dar acesso e desenvolver os negócios dos produtores locais.
Neste caso, a ideia é fornecer plataformas de vendas, meios de pagamento, gerenciamento de pedidos, análise de preços e até mesmo relatórios de venda. Entretanto, no cenário Brasileiro, este modelo é um pouco mais complexo por conta do acesso a internet e conhecimento em torno de tecnologias, principalmente em lugares com pouca infraestrutura.
Em países da Europa, já é comum a compra de produtores locais, os produtos já são expostos em grandes varejos e a busca da população por um consumo local é uma tendência crescente.
Segundo uma pesquisa realizada em 2021 pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), os pequenos produtores produzem cerca de um terço dos alimentos no mundo.
Nos Estados Unidos, o cenário não é diferente da Europa, o país tem um grande potencial no mercado de alimentos orgânicos e a busca por uma alimentação mais transparente acaba sendo um dos grandes fatores de crescimento deste mercado.
Um dos cases mais famosos deste mercado é a GrubMarket, startup americana fundada em 2014 que possui diversas soluções como a venda de alimentos para o B2C através do e-commerce e acesso a soluções tecnológicas para que os pequenos produtores consigam desenvolver seu negócio como análise de preço, reembalagem, rastreabilidade e logística.
A América Latina também é um mercado com grande potencial de crescimento para esse tipo de negócio, segundo a Federação Internacional de Movimentos da Agricultura Orgânica, a LATAM é responsável por 11% da área mundial destinada aos orgânicos.
Apesar desses números, ainda tem alguns pontos a serem desenvolvidos, e o número de startups não é tão volumoso igual Europa e Estados Unidos, porém tem cases de sucesso que podem ser levados como inspiração de mercado.
A startup colombiana Frubana, que atua também no Brasil, nasceu com o objetivo de reduzir os intermediários da cadeia de fornecimento de alimentos e tornar o caminho de abastecimento de restaurantes menor e mais prático.
Hoje em dia, a startup conecta, através da sua plataforma, restaurantes e mercados de bairro a fornecedores e produtores de FLV, podendo ou não ser de produtores locais.
O mercado brasileiro está cada vez mais entendendo a importância que pequenos produtores têm na cadeia de alimentos e o potencial de mercado desses negócios.
Em 2021 foi feita uma pesquisa pela Organis, que identificou diversos comportamentos em torno da compra e consumo de orgânicos, como o aumento em 63% no número de consumidores de orgânicos no país.
Existem diferentes cases brasileiros para este mercado, o que mostra que as Foodtechs estão buscando conectar produtores locais de diferentes maneiras.
Startups como Muda Meu Mundo, marketplace onde produtores locais conseguem oferecer seus produtos para grandes varejistas ou Raizs que conecta produtor à restaurantes e consumidores finais, que consegue através do site comprar alimentos por demanda ou realizando modelo de assinatura, são grandes exemplos.
Este mercado não está crescendo apenas pelo potencial que os produtores locais têm no crescimento da economia, mas também porque existe uma necessidade por parte dos consumidores de incluírem no seu dia a dia uma alimentação mais saudável, com conhecimento de onde veio o que está sendo consumido, além de fomentar e movimentar a economia local, valorizando seu bairro e/ou cidade.
Este comportamento fica evidente em uma pesquisa feita pela Kantar, em abril de 2021, que mostra que 52% dos respondentes estão prestando mais atenção na origem do produto do que antes da pandemia e 64% consideram que o comércio local é importante para a comunidade.
Isto tem sido mais forte em gerações mais novas, que possuem uma preocupação maior em torno de temas como alimentação, sustentabilidade e questões sociais.
O mercado de produtores locais tem bastante conexão com Fazendas Urbanas, que de alguma maneira produzem alimentos dentro de grandes centros urbanos de maneira mais saudável e consciente, caso tenha interesse de conhecer mais sobre este mercado, acesse os nossos conteúdos.