Diferente do mercado de delivery de restaurantes e refeições prontas, o Grocery Delivery ainda está sendo explorado por foodtechs e não tem um único grande player, mas sim, vários disputando pelo melhor serviço e valor agregado.
Neste conteúdo você irá encontrar mais sobre este mercado, quais são os modelos, como o Brasil e a América Latina estão se posicionando e comportamento de compra de quem utiliza o delivery de supermercado.
A pandemia de COVID-19 fez com que as pessoas começassem a se preocupar mais com sua saúde, e principalmente com a sua alimentação, buscando torná-la mais saudável e natural.
Este comportamento também aconteceu em relação a crianças e adolescentes, segundo uma pesquisa feita pela Kantar Consumer Insights, com dados do 2º semestre de 2021, a busca por alimentos saudáveis e mais nutritivos é extremamente relevante, principalmente na hora do lanche, e em lares com crianças e adolescentes isso é ainda mais evidente.
Somado a isso, as restrições da pandemia também fizeram com que os pais procurassem por uma praticidade na hora da alimentação de seus filhos, e foi encontrada uma dificuldade em ter alimentos prontos, práticos e também saudáveis, entregando tudo aquilo que uma criança precisa para o seu desenvolvimento.
Os modelos mais tradicionais operam como marketplaces. Uma plataforma que possui diversos estabelecimentos com seus produtos disponíveis do qual o consumidor consegue escolher seus produtos e determinar o horário de entrega.
Neste modelo, a monetização é feita através de uma taxa cobrada pela startup ao estabelecimento, no caso o supermercado.
Este modelo também funciona dentro de uma plataforma, entretanto, neste caso não existe um meio de caminho entre a startup e o consumidor final. O consumidor compra da própria startup que possui Dark Stores espalhadas pela cidade com produtos que a mesma comprou direto da indústria.
Neste caso, a monetização é feita de duas maneiras: através do frete cobrado em cima do consumidor final e o lucro dos produtos que foram comprados direto da indústria e estão sendo vendidos na plataforma.
Este modelo se encaixa nos outros dois, o frete é responsável por pagar toda a logística que a startup realiza e é calculado muitas vezes entre a distância percorrida. Entretanto, em alguns casos é possível encontrar frete mínimo e até mesmo a isenção do frete dependendo do valor da compra.
O mercado de Grocery Delivery já é bem disseminado no cenário global, com grandes players movimentando o mercado e mudando comportamento de compra de consumidores. Segundo uma pesquisa feita pelo Grand View Research publicada em abril deste ano, o valor do mercado global foi avaliado em US$285,70 bilhões em 2021 e tem uma previsão de crescimento de 25,3% entre 2022 e 2030.
Pensando nisso, foram criadas Foodtechs que oferecem desde produtos para venda em cantinas, como também a própria operação e realização de todas as refeições dentro das escolas.
Um dos exemplos é a Lanche&Co, fundada em 2012 que tem como objetivo principal fornecer comida saudável para escolas. Isso pode ser feito através de etapas onde a startup procura conhecer a necessidade da escola, montagem da solução e apresentação do projeto.
Os países da américa latina tem foodtechs grandes e que atuam em diversas regiões como o Rappi, que nasceu na Colômbia e possui uma presença muito forte no mercado de grocery delivery.
Outros players foram surgindo e dando força para este mercado, mesmo com a flexibilização da pandemia, mostrando que ainda tem espaço para este mercado crescer. Alguns exemplos são Merqueo e Callii, ambas receberam aporte entre 2021 e 2022 e configuram novas oportunidades.
Além disso, recentemente a Uber Eats anunciou a saída do mercado de delivery de restaurantes para entrada em grocery, com a aquisição da Corner Shop, a ideia da startup é entrar com força total e dominar o mercado que ainda é muito pulverizado.
Em 2021, com a vacina e algumas flexibilizações, era de se esperar que uma parcela dos consumidores que se viram obrigados a fazer compras online, voltassem para o modelo tradicional, porém um levantamento feito pela Mercadapp registrou um crescimento de 39% no número de pedidos e 34% na receita das vendas em 2021 comparado ao ano anterior.
Além disso, os pedidos online hoje registram uma participação de cerca de 6% no número de compras no supermercado, sendo cada vez mais relevante.
O surgimento de foodtechs especializadas e seus movimentos de mercado são interessantes para observar o rumo que o grocery delivery está tomando e irá formar nos próximos meses.
A Foodtech Nana Delivery, que atua com dark stores e focada nas classes C e D, captou em rodada pré-seed US$3,6 milhões de dólares, enquanto a Daki captou no ano passado cerca de US$260 milhões.
Um dos pontos mais relevantes na hora de analisar este mercado, é entender o comportamento de compra dos consumidores e qual deles é melhor atendido por cada modelo.
Em conversa com Gustavo Fino, founder da Nana Delivery, foi listado alguns comportamentos observados por ele que são chamados de Missões de Compra, são eles:
Muito se discute a questão dos entregadores de aplicativo e seus vínculos empregatícios, principalmente no Brasil onde a lei trabalhista permite apenas a contratação CLT, em contrapartida de entregadores que preferem trabalhar em um regime PJ por conseguirem atender mais de um player.
Durante a pandemia de COVID-19, foi sancionada uma lei emergencial para cuidados em relação ao vírus, uma vez que os entregadores estavam o tempo inteiro nas ruas e o que acabou tornando o delivery quase que um serviço emergencial.
Além disso, recentemente, uma diretriz da União Europeia foi divulgada para tentar regularizar este setor, exigindo que esses trabalhadores sejam considerados assalariados. Isso resultaria na regularização de quase 4 milhões de entregadores autônomos segundo uma matéria publicada pelo El País.
É importante ficar atento, nos próximos meses, ficar atento a um novo pacote de mudanças que será feito pelo Governo Federal que pretende regularizar a situação dos entregadores com regras mais flexíveis que um CLT, mas com direitos e benefícios.